Como a Criatividade pode Salvar o seu Emprego
A importância de usar a Criatividade no Trabalho + 5 Dicas para Potenciar a sua
De acordo com a informação do World Economic Forum, em 2020, cerca de 35% dos empregos atualmente considerados importantes, sofrerão várias alterações devido, nomeadamente por via da alta velocidade de automatização, Inteligência Artificial e a aprendizagem mecânica. Com a ajuda dessas novas tecnologias, cada vez mais empresas optam por fazer outsourcing dos seus call centers e outros serviços em países fora da Europa. Estas tendências e novas tecnologias indicam, segundo Daniel Pink, que estamos a entrar numa nova fase da economica: a economia conceptual. Enquanto na era da economia de informação – ou do conhecimento – o pensamento lógico e linear era crucial (no fundo o uso do lado esquerdo do cérebro) era o mais valorizado, estamos agora a perceber cada vez mais a importância da parte direita do cérebro, onde a criatividade e as emoções são temas centrais.
No top 3 das competências mais importantes para ter em 2020, em terceiro lugar encontra-se a criatividade. A criatividade humana é um forte factor de diferenciação em relação às máquinas e essencial para as empresas ficarem preparadas para as constantes mudanças no seu mercado e com uma cultura que promove a inovação.
Mas afinal o que é criatividade? Existem várias definições. Uma das definições mais completas é esta (Sternberg, e.a.): ‘A criatividade é a capacidade de produzir um trabalho que seja novo (original, inesperado) e apropriado (útil, adaptável em relação às restrições da tarefa).’ Mas cuidado, ‘novo’ não quer dizer que tenha de ser algo mesmo feito do zero, porque isto hoje em dia é quase impossível. Criatividade é sobretudo fazer novas associações. Em vez de conectar A a B, é conectar A a 1. É juntar os conhecimentos que já possuimos de forma original. Potenciar a criatividade humana é essencial para chegar a produtos e serviços inovadores. Mas se a criativade é tão importante, porque a usamos tão pouco no nosso trabalho e dia a dia?
Em 1968 George Land aplicou um teste de criatividade em adultos e em crianças, que usava na NASA para ajudar na seleção de engenheiros e cientistas inovadores. O resultado foi espantoso (para não dizer assustador!):
Resultados de teste em crianças de 5 anos: 98%
Resultados de teste em crianças de 10 anos: 30%
Resultados de teste em crianças de 15 anos: 12%
Resultados de teste em 280.000 adultos: 2%
2%, sim leu bem! Land concluiu que o comportamento não-criativo é ensinado e penso que está aqui a grande e triste verdade. Basta olhar na forma como as crianças e jovens são avaliados nas escolas; a única forma de ter um resultado positivo nos testes é dar a única resposta certa (anteriormente definida) e a competição é valorizada sobre a colaboração.
O meu interesse em ajudar os outros a potenciar mais a sua criatividade é baseada em várias razões. Em primeiro lugar vejo a importância de aplicar a criatividade no meu próprio trabalho e o impacto das atividades não relacionadas com o mesmo, como a pintura, fotografia e yoga. Também sentia a necessidade aprofundar os meus conhecimentos na área de criatividade para poder ser mais inovadora no meu trabalho. Dou formação já há alguns anos e embora o faça com muito prazer e um olhar crítico, tenho sempre um certo receio de ficar cega e não ver novas formas de inovar no meu trabalho. Precisava de poder ver o meu trabalho com novos olhos, como se eu fosse alguém de fora. Com as técnicas que tenho aprendido em vários cursos vi que é realmente possível chegar a ideias diferentes e fabulosas para questões ou problemas que aparentemente parecem ter só soluções banais ou fáceis de implementar.
Vi que num processo de criatividade aplicada é possível chegar a ideias finais que ninguém esperava ou imaginava antes de começar. As várias técnicas permitem ir da fase de produzir ideias em grandes quantidades para a fase de seleção de algumas ideias finais e surpreendentes, que são um produto do grupo todo. No fundo é levar as pessoas do pensamento do lado esquerdo para o do lado direito, em que entram num ‘flow coletivo’ com algum divertimento no caminho. Para isto poder acontecer, são necessárias certas condições, das quais algumas são inerentes a nível individual e outras a nível da empresa.
Por um lado, a própria pessoa precisa de ter uma atitude aberta, curiosa e de não julgamento (perante ela própria e as outras) e estar descontraída. Por outro lado, a empresa deve ter uma cultura que fomenta a inovação e que dá espaço às ideias dos colaboradores, como parte da sua forma de trabalhar.
Uma formação ou workshop de criatividade segue por norma estas fases:
– Observação de um problema
– A definição do problema/questão principal
– Divergência de ideias (o objetivo é produzir uma grande quantidade de ideias)
– Convergência de ideias (seleção de algumas ideias finais)
– Avaliação das ideias finais (desafios, orçamento, responsáveis, etc)
– A venda da ideia (à direção, cliente, etc)
Para cada fase existem várias ferramentas para estimular a criação de novas soluções, e à medida que o processo avança, as ferramentas ajudam a criar ideias mais originais. Isto é feito com base em exercícios muito práticos que envolvem os vários sentidos, o uso de cores, autocolantes, imagens, revistas e muito mais.
Mas não tenha medo de não chegar à ‘Next Big Idea’ como as dos heróis Einstein ou Newton. Na criatividade fazemos a distinção entre o ‘little c’ e o ‘big C’, no qual o primeiro tipo de criatividade é a criatividade que resulta em pequenas melhorias, e a segunda em ideias revolucionárias, que apenas algumas pessoas no planeta conseguem!
De qualquer forma, espero que acredite que qualquer pessoa possui criatividade e esta pode ser estimulada no seu dia-a-dia com os seguintes exercícios:
1. Questione tudo: Faça um maior número de perguntas antes de dar uma ideia ou solução. Einstein dedicava 55 minutos no esclarecimento de uma pergunta e apenas 5 minutos na resolução.
2. Dê Espaço: use o descanso e reflexão para dar espaço à sua intuição
3. Inspiração está em todo o lado: Deixe-se inspirar por pequenos passeios e atividades nos quais não precisa de usar o pensamento lógico
4. Abra a sua mente: novas ideias e conceitos nascem em contextos que não têm nada a ver com o seu trabalho.
5. Estímulo diário: Crie um local de trabalho que o inspire, por mais pequenas que sejam as mudanças
Por fim, não quero desiludir mas a criatividade é 1% de inspiração e 99% de transpiração! Como qualquer competência que queira melhorar, o treino diário é necessário e neste caso, felizmente pode ser muito divertido!
Se quer receber mais informações sobre workshops e formações na área de criatividade para grupos ou empresas, contate-me!
Manon Rosenboom Alves
Managing Director Reinvent Yourself
manon.alves@reinventyourself.pt | 964481443